Retrato da Freguesia

Aldeia do Bispo é uma freguesia do concelho do Sabugal, situada na zona fronteiriça da região de Ribacôa, a 45 km a sul de Vilar Formoso.

Aldeia predominantemente agriculta até aos meados do século XX, a Aldeia do Bispo despovoou-se aquando do surto migratório que levou os seus naturais a procurar um novo modo de vida no estrangeiro ou nos centros urbanos de Portugal. Não obstante, soube guardar intactas as tradições ancestrais, à maneira de elemento federador e pretexto repetido para as visitas anuais. À semelhança de muitas outras aldeias, Aldeia do Bispo não tem um património que se possa qualificar de monumental, no entanto, podemos dizer que é bastante rico e diversificado. No seu limite foram encontradas mais de trinta sepulturas antropomóficas escavadas na rocha. Trata-se sem duvida de umas das mais importantes necrópoles desta natureza na região, à qual um estudo mais aprofundado não deixaria certamente de acrescentar as 10 ou 15 identificadas no limite da Aldeia Velha.

Existem também inúmeros choços e vários moinhos de água, dos quais, um ainda se encontra em funcionamento. Espalhadas pelos campos várias pedras bolideiras ou cavaleiras chamam a nossa atenção, assim como as outras pedras, cuja formação e disposição, nos fazem pensar a um antigo santuário Lusitano.

Tradicionalmente, a capeia de Aldeia do Bispo, realiza-se na segunda-feira a seguir ao segundo domingo do mês de Agosto. Esta capeia arraiana é organizada pelos mordomos do Menino Jesus (comissão constituída por quatro jovens solteiros: dois rapazes e duas raparigas), nomeados anualmente pelos mordomos cessantes.

Envolvência 

Situa-se no extremo leste do Concelho de Sabugal, a 30 Km desta vila. Rodeada pelas aldeias de Fóios, Aldeia Velha, Lageosa e Navas Frias, esta última já na Espanha e a cerca de 4 Km (2Km da fronteira). Dista cerca de 38 Km da fronteira de Vilar Formoso. É uma zona de micro-clima, onde se sentem invernos e verões rigorosos. Por isso mesmo os nevões de Aldeia do Bispo são muito maiores que os das povoações vizinhas.

Demografia

Aldeia raiana, predominantemente agrícola, banhada por uma ribeira que atravessa a povoação, tendo boas hortas e pastagens. A partir de 1959/60 começou a emigração “a salto”, principalmente para França. Nas zonas do Porto e de Lisboa também há um grande número de naturais e descendentes da terra. Os seus naturais foram procurar um novo modo de vida no estrangeiro ou nos centros urbanos de Portugal, mas souberam guardar intactas algumas das tradições ancestrais.

Nota-se neste momento, por parte dos naturais, que vivem fora da aldeia, vontade de recuperar as casas, mantendo, dentro do possível, os traços antigos, ou seja, a parede de granito com a pedra à vista. O objectivo destas casas é, passar os fins de semana e parte das férias.